Sempre tive carro antigo, mas depois de um tempo acabei ficando noivo e ela estava tirando carta. Na época tinha um 147, acabei vendendo e pegando um palio pra ela poder dirigir. Falei pra ela que depois do casamento iria pegar outro fusca pois já tinha tido dois, fora Brasília, Variant.
Sempre curti os air coolers mais do que os outros.
Bom, acontece que ela não tirou a carta e fiquei com o palio. Trabalho com adestramento de cães e passado um tempo ainda estava sem um fusca. E continuava falando pra ela que ia pegar um. Ela dizia que depois do casamento eu poderia fazer o que quisesse.
Ai os deuses olharam por mim. Heheheheh
Um cliente me ligou rap ir adestrar o cão dele, era um ferro velho e ele queria que a cachorra, uma pit bull novinha, tomasse conta do lugar. Passei o valor pra ele: o treinamento de guarda ia durar 4 meses a 300 reais por mês. Total de 1200 reais, aí ele me falou que não ia ter dinheiro pois havia feito uma compra grande, mas se eu aceitasse, eu poderia ficar com o fusca e apontou pra um monte de coisa amontoada.
Olhando direito, consegui ver um fusca ali embaixo de tudo. Perguntei se o carro funcionava e ele disse que sim, que estava batido o para-lama porque a esposa bateu. Ai perguntei se tinha documento e ele me mostrou o documento de compra e venda em branco. Tipo: tá aqui, só transferir.
Aí perguntei quanto ele queria no carro e ele disse que nada, eu adestrava a cachorra e ele me dava o fusca.
Mano, você não tem ideia da cara que eu fiz. Nem eu tenho. Não pensei nem uma vez. O ferro velho ficava a 300 metros de casa. Nem combustível eu ia gastar.
Peguei o carro, levei pra casa e comecei o adestramento.
O palio? Chegou e embolorar o banco. Vendi e fiquei só com o fusca.
Desde então venho tratando ele como se deve. O cara do ferro velho ia cortar, vender motor e câmbio e o resto vender como ferro velho mesmo.
Tenho muito orgulho quando as pessoas elogiam ele, ele saiu da condenação de ser cortado para me levar pra o meu casamento, para viajar, ser o meu carro. O único que eu tenho. Recentemente fomos pra floripa com ele.
E somos muito felizes juntos, eu, minha esposa e o fusca. Ela também é louca por ele. Hehehehe.
Graças a deus.
Elvis por Alexandre
O ano era 2006. Um primo de minha
esposa, feirante e também proprietário de van escolar, passava quase toda manhã
com um surrado Fuscão 1972 branco, quase caindo aos pedaços, mas não sei o
motivo, foi amor a primeira vista
Eu o
parei várias vezes perguntando se queria vender, a resposta sempre foi
negativa. Em uma tarde, eu estava na porta de casa e ele passou e veio em minha
direção. Perguntou se eu ainda queria o carrinho pois ele precisava vender com
urgência. A van escolar dele havia fundido o motor e a manutenção ficaria muito
cara, ele não tinha os recursos e precisava se desfazer do Fusca. Imediatamente
eu disse que queria o carro. Fechamos o negócio para minha felicidade.
O carro
estava em condições tão precárias que a porta do lado do motorista tinha que
ser apoiada todas as vezes que abria para literalmente não cair no chão.
Comecei a desenhar mentalmente um projeto para esse carro, encostei no
funileiro, desmontamos e começamos a pintar. O mais engraçado é que alguns
familiares olhavam torto achando que eu estava doido em tentar
"ressuscitar" aquela tranqueira.
O carro ficou 20 longos dias na
funilaria e pintura, 3 dias no tapeceiro. Ficou tão lindo depois de pronto que
ninguém, nem mesmo o antigo dono, acreditava que era aquele branquinho surrado.
Fui ao Detran fazer a vistoria por causa da mudança de cor e, na volta, um
estalo alto e seco, seguido de um barulho infernal vindo do motor. É! O motor
1500 havia cumprido sua árdua missão na terra. Não tinha mais conserto. Fui a
um desmanche de um amigo perguntando sobre algum motor 1500 e nada. Na manhã
seguinte, toca o telefone e para minha alegria, havia chegado um motor 1600 com
carburação simples em excelente estado. Corri para lá e instalamos o motor.
O
carro ficou um espetáculo de beleza e de mecânica. Nessa mesma época, eu também
tinha um lindo e absolutamente original Fusca verde folha 1300 ano 1970 2ª
fase. Minhas filhas gêmeas, Daniela e Gabriela, na ocasião com 9 para 10 anos,
tiveram suas primeiras lições de direção nesse Fuscão preto o qual batizei
carinhosamente de Elvis. Certo dia, meu irmão veio em casa e queria ver o
carro. Pedi para a Dani ir buscar e ele ficou incrédulo! Para a surpresa dele,
lá vinha a Dani e o reluzente Elvis no pátio sem problemas.
Ocorre que havíamos
comprado um terreno no litoral e precisava começar a construir. Uma das saídas
seria me desfazer dos dois Fuscas. Lamentavelmente, assim foi feito. Eu
anunciei na internet e no mesmo dia, um interessado combinou de vir ver o
carro. Eu não tinha muitas fotos, então, resolvi tirar algumas na porta de
casa. Nesse momento, parou uma viatura de polícia atrás do Elvis e o
encarregado ficou rodeando o carro. Perguntou se era meu. Disse que sim e que
morava ali. A documentação estava em casa e eu iria buscar. Ele sorriu e disse que
não estava me interrompendo para ver documentação, mas sim, para saber se eu
venderia. Notando o real interesse, disse o valor que eu pretendia e que havia
um interessado vindo ver o carro. Ele me deu o celular dele e disse para eu
ligar para a pessoa dizendo que o carro já havia sido vendido.
E lá se foi meu
Elvis com muita dor no coração. Na mesma semana, vendi o verde que nem nome
tinha ainda para um senhor de 80 anos que queria presentear uma neta que havia
passado na faculdade e que o sonho dela era ter um fusca verde. Mas essa já é
outra de tantas histórias!
Elvis na pintura e ao fundo o meu 1970 verde folha 2º fase. |
Este espaço é pra você, leitor, que teve aventuras legais (ou não tão legais) com seu(s) fusquinhas e gostaria de compartilhar conosco. Mande suas histórias para: jebbd@hotmail.com com o título "Aventuras de Fusqueiro" e ela será publicada aqui assim que possível.
Obrigado e aguardo sua história!
Duas história fantástica, tudo que envolve fusca acho fascinante.
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